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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Schwanke

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 17.08.2022
15.06.1951 Brasil / Santa Catarina / Joinville
27.05.1992 Brasil / Santa Catarina / Joinville
Reprodução fotográfica Rui Arsego

Asinus in Tegulis, A Vênus Triunfante Paulina Borghese Bonaparte, de Canova, 1979
Schwanke
Ecoline, lápis de cor, letraset sobre papel shoeller encerado
35,00 cm x 62,00 cm

Luiz Henrique Schwanke (Joinville, Santa Catarina, 1951 - idem 1992). Pintor, desenhista, escultor, ator, dramaturgo, cenógrafo e publicitário. Formado em comunicação social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), é autodidata em desenho, pintura e escultura. Desde o fim dos anos 1970, é presença constante em exposições e salões nacionais, d...

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Luiz Henrique Schwanke (Joinville, Santa Catarina, 1951 - idem 1992). Pintor, desenhista, escultor, ator, dramaturgo, cenógrafo e publicitário. Formado em comunicação social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), é autodidata em desenho, pintura e escultura. Desde o fim dos anos 1970, é presença constante em exposições e salões nacionais, destacando-se com diversas premiações. Paralelamente às pesquisas plásticas, atua como publicitário, dramaturgo, ator e cenógrafo. Em 1980, realiza mostra individual na Galeria Sérgio Milliet, da Fundação Nacional de Arte (Funarte), no Rio de Janeiro, com obras que explicitam questões recorrentes em sua trajetória: o interesse pela luz, o uso de materiais industrializados e referências à história da arte. Nos anos 1980, volta a viver em Joinville. Entre 1985 e 1987, desenvolve a sequência de perfis Linguarudos, desenhos e pinturas feitos com gesto rápido, denotando violência e obsessão. Em 1989, apresenta trabalhos tridimensionais e seriados apresentados no Museu de Arte de Joinville, sendo que alguns são instalados em espaços públicos. Participa da 21ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1991, com o projeto Cubo de Luz, escultura feita com um imenso feixe luminoso. Em 2003, é fundado o Instituto Luiz Henrique Schwanke, em Joinville.

Análise

Entre os anos 1970 e 1990, por meio de desenhos, pinturas, esculturas e instalações, Schwanke desenvolve uma constante reflexão sobre o lugar da arte no mundo contemporâneo. Ele articula procedimentos característicos da pop art, do conceitualismo e do minimalismo, tais como a citação de obras paradigmáticas na história da arte e a apropriação e criação em série de imagens e objetos industrializados. Também o interesse pela dicotomia entre claro e escuro e pelo papel da luz na delineação de objetos são questões que perpassam sua trajetória.

No conjunto de desenhos e pinturas denominado Linguarudos, produzido na segunda metade dos anos 1980, o artista apresenta centenas de variações de um mesmo perfil masculino enraivecido, com a língua e dentes à mostra, gritando ou vomitando. Alguns são feitos sobre páginas de jornal ou folhas de livros contábeis. Os traços e as pinceladas são explicitamente gestuais, como se não houvesse intermediação entre o impulso que os gerou e a imagem final.

Nessa época, Schwanke começa a produzir obras tridimensionais com a criação em série de objetos plásticos de uso doméstico, como baldes, mangueiras, prendedores de roupa e galões. Como aponta o crítico de arte Harry Laus, nessa série a organização dos elementos configura colunas e relevos de parede que remetem a estruturas arquitetônicas clássicas1. A beleza do design dos objetos é ressaltada pela repetição e por sua ordenação em composições de proporções exatas. Sobretudo as colunas instaladas em espaços públicos, que se destacam pela monumentalidade.

Segundo depoimento do artista, o assunto do claro-escuro nas obras do pintor italiano Michelangelo Caravaggio (1571 - 1610) se torna para ele uma obsessão2, instigando pesquisas que resultam na obra Cubo de Luz, apresentada em 1991, na 21ª Bienal Internacional de São Paulo. Um forte feixe de luz produzido com dezenas de holofotes dispostos abaixo do chão num grande buraco cúbico constitui sua tentativa de dar forma à luz. Nas palavras de Schwanke "o Cubo de Luz tem por paradoxo um volume imaterial, penetrável, visível e de contemplação impossível"3.

Notas

1. LAUS, Harry. O vôo maior de Schwanke. In: Museu de Arte de Joinville. Schwanke esculturas. Joinville: Museu de Arte de Joinville, 1989.

2.SCHWANKE, Luiz Henrique. Depoimento. In 21ª Bienal Internacional de São Paulo. Catálogo Geral. São Paulo: Fundação Bienal, Marca D'Água, 1991, p. 297.

3. idem, p. 298.

Obras 33

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Registro fotográfico autoria desconhecida

Brasilidade

Papelão, bananas de plástico, gesso e madeira
Registro fotográfico Paulo de Araújo

Cubo de Luz, Antinomia

Estrutura metálica, 80 refletores com lâmpadas de vapor metálico de 2000 watts cada
Registro fotográfico Paulo de Araújo

Cubo de Luz, Antinomia

Estrutura metálica, 80 refletores com lâmpadas de vapor metálico de 2000 watts cada

Exposições 46

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Instalações 1

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Fontes de pesquisa 5

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  • ARAÚJO, Adalice. Luiz Henrique Schwanke. Galeria: revista de arte, São Paulo: Area Editorial, n.6, p.56-57, 1987.
  • IMAGINE: o planeta saúda o cometa. Apresentação de Décio Pignatari. Fortaleza: Arte Galeria, 1986.
  • PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASIELIRA, São Paulo, 1984. Arte sobre papel. Apresentação de Aparício Basílio da Silva e Alberto Beutenmuller. São Paulo: MAM, 1984.
  • PERSPECTIVA Catarinense 1986. Apresentação de Harry Laus. Florianópolis: Museu de Arte de Santa Catarina, 1986.
  • SALÃO PAULISTA DE ARTE CONTEMPORÂNEA, 4. , 1986, São Paulo. 4º Salão Paulista de Arte Contemporânea. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1986.

Como citar

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