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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Lorenzato

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 30.07.2024
01.01.1900 Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
1995 Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Caminho, 1985
Lorenzato
c.i.d.
50,00 cm x 40,00 cm

Amadeu Luciano Lorenzato (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1900 – Idem, 1995). Pintor, escultor. Sua obra é fortemente influenciada pelo trabalho na construção civil e pela experiência cotidiana. Retrata sobretudo paisagens, utilizando ferramentas, superfícies e materiais não convencionais às práticas artísticas.

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Amadeu Luciano Lorenzato (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1900 – Idem, 1995). Pintor, escultor. Sua obra é fortemente influenciada pelo trabalho na construção civil e pela experiência cotidiana. Retrata sobretudo paisagens, utilizando ferramentas, superfícies e materiais não convencionais às práticas artísticas.

Descendente de italianos, passa a infância e a adolescência no Brasil, atuando como ajudante de pintor, entre 1910 e 1920, quando sua família decide se mudar para Arsiero, na Itália. A princípio, trabalha pintando paredes na reconstrução da cidade após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), até que, em 1925, matricula-se na Reale Accademia delle Arti, na Galleria Olimpica di Vicenza (atual Accademia Olimpica Vicenza). Seus primeiros quadros são realizados em excursões que faz aos domingos pelos arredores da cidade.

Em 1926, muda-se para Roma, aproximando-se do pintor e cartazista holandês Cornelius Keissman, com quem viaja de bicicleta, de 1928 a 1930, por diversas cidades da Europa. Durante esse período, vive da venda de pequenos guaches e aquarelas, além de cartões impressos com fotos dos dois artistas ao lado de suas bicicletas. Em Paris, torna-se amigo do pintor italiano Gino Severini (1883-1966) e aproveita para ampliar seu conhecimento sobre a obra dos impressionistas, pelos quais revela profunda admiração. Afirma ter também grande fascínio pelo trabalho dos mestres renascentistas italianos. O pintor passa um ano na capital francesa, trabalhando na montagem dos pavilhões da Exposição Internacional Colonial (1931). Em 1931, retorna à Itália, onde permanece até o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Em 1948, volta ao Brasil, passando a trabalhar na montagem dos estandes para a Exposição Internacional de Indústria e Comércio, realizada no Hotel Quitandinha, na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro. Depois, muda-se para Belo Horizonte, onde exerce o ofício de pintor de paredes, até 1956. Impedido de continuar na construção civil devido a um acidente, passa então a se dedicar integralmente à pintura. Em meados da década de 1960, mostra alguns trabalhos a Sérgio Maldonado, que por sua vez o apresenta a Palhano Júnior, organizador da primeira exposição individual de seus trabalhos, realizada em 1967.

Composta sobretudo por paisagens e naturezas-mortas, a pintura de Lorenzato é marcada por um colorido melancólico muito próprio, linhas tortuosas, efeito texturizado e pelo jogo de formas, por vezes flertando com o geometrismo e a abstração. Na escultura, o artista tende à redução a formas básicas e linhas essenciais, embora imprima às figuras grande intensidade e força de expressão. Como observa Cláudia Giannetti Nölle, o pintor prescinde dos detalhes e se concentra nas linhas e cores essenciais. 

Embora durante sua vida acompanhe de perto fatos históricos e momentos críticos do século XX, é na banalidade do cotidiano que encontra não apenas os temas, mas também as ferramentas de seu trabalho. Um pente de metal geralmente usado para ornamentar a pintura comum de parede, por exemplo, em suas mãos se torna um instrumento para fundir camadas de tinta na tela. Arame, madeira e papelão, assim como garfos, pratos, caixas e abajures, também fazem parte do rol de elementos que usa como superfícies, materiais e ferramentas.

Filho de operários e morador da periferia, Lorenzato é autor de uma obra cuja simplicidade é apenas aparente. Com uma trajetória repleta de viagens, seu trabalho é resultado de um vasto repertório de referências culturais e artísticas, numa rara síntese do popular com o erudito.

 

Obras 4

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Exposições 50

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Fontes de pesquisa 7

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  • A IDENTIDADE virtual, a pedra sabão. Ouro Preto: Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, 1994.
  • A. Poteiro, Lorenzato, Rodelnégio. Belo Horizonte: Manoel Macedo Galeria de Arte, 1992.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • LORENZATO. Lorenzato: 90 anos. Belo Horizonte: Manoel Macedo Galeria de Arte, 1990.
  • MANOEL Macedo Galeria de Arte: 10 anos. Belo Horizonte: Manoel Macedo Galeria de Arte, 1992.
  • RIBEIRO, Marília Andrés (org.); SILVA, Fernando Pedro da (org.). Um século de história das artes plásticas em Belo Horizonte. Belo Horizonte: C/Arte, 1997. (Centenário).
  • SILVA, Fernando Pedro da (coord.); RIBEIRO, Marília Andrés (coord.). Lorenzato - Depoimento. Belo Horizonte: C/Arte, 2004. 96 p., il. p&b. color. (Circuito Atelier, 8).

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