Geraldo Leão Veiga de Camargo (Morretes PR 1957). Pintor, ilustrador, diagramador, arte-finalista e professor. Forma-se em pintura e licencia-se em desenho pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, em 1980. Trabalha como ilustrador, diagramador e arte-finalista no jornal Diário do Paraná e em agências de publicidade de Curitiba até 1984. Em 1989, ensina pintura no Ateliê do Museu Alfredo Andersen, em Curitiba, e desde então ministra oficinas de pintura e cursos de história da pintura contemporânea em museus, galerias de arte e instituições de ensino superior. Em 1990, participa da comissão curadora que seleciona artistas paranaenses para exposição no Museu de Himeji, no Japão. Em 1995, organiza a exposição Arte Contemporânea na Universidade Federal do Paraná (UFPR), a convite da Coordenadoria de Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da universidade. Em 1997, torna-se professor do Departamento de Artes da UFPR. Entre 1999 e 2000, atua como curador-assistente da 12ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba - Mostra América. É curador, em 2002, da 32ª Coletiva de Artistas de Joinville. No mesmo ano, conclui mestrado em história na UFPR, com a dissertação Escolhas Abstratas: Arte e Política no Paraná (1950-1962). Em 2007, na mesma instituição, doutora-se em história com a tese Paranismo: Arte, Ideologia e Relações Sociais no Paraná (1853-1953).  

Análise
A maioria dos artistas ligados ao grupo conhecido como Geração 80 provém do eixo Rio-São Paulo. Nesse sentido, a produção inicial de Geraldo Leão apresenta-se como interessante exemplo de pintura ligada às poéticas daquele grupo, justamente por ser de um artista distante desse eixo, atuante em Curitiba. Nos trabalhos de Leão da década de 1980, podemos identificar características também presentes na Geração 80, como a atitude de revalorização da pintura, a escolha de telas de grandes dimensões, o gesto pictórico marcado, o trabalho cromático vigoroso e o acabamento bruto das obras. Durante a década de 1990, a pintura de Leão tem afinidade com o expressionismo abstrato norte-americano, aprofundando a linguagem abstrata já adotada. O artista intensifica o uso de pinceladas amplas e evidentes, que conferem alta expressividade à fatura e formam um emaranhado pictórico que domina toda tela. Permanece o colorido vibrante praticado na década anterior.
O final dos anos 1990 obra de Leão toma novos rumos com trabalhos feitos com cal, chumbo, caseína e cera. Nessas obras, nota-se o aparecimento de uma vontade ordenadora, feita com a divisão das telas em áreas de cor bem delineadas e contornos claramente definidos. O movimento minimalista passa a ser a principal influência desse período. O trabalho cromático de Leão muda drasticamente: o branco e os tons rebaixados de cinza (vindos do chumbo) apresentam-se de maneira plana e homogênea, diferentemente das obras anteriores. Apesar de muito distintas entre si, as escolhas estéticas feitas por Leão ao longo de sua carreira unificam-se na recusa do ilusionismo, da metáfora e da figuração.