Leopoldo Gotuzzo

Entrada do Meu Jardim
Leopoldo Gotuzzo
c.i.e.
Texto
Leopoldo Gotuzzo (Pelotas, Rio Grande do Sul, 1887 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1983). Pintor e desenhista. Inicia sua formação artística em Pelotas, Rio Grande do Sul, em torno de 1900, com o pintor italiano Frederico Trebbi (18-- - 1928?). Vive em Roma, de 1909 a 1915, quando estuda pintura com Joseph Nöel e visita os principais museus italianos. Transfere-se para Madri, em 1915, ano em que, pela primeira vez, envia seus trabalhos ao Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) do Rio de Janeiro. Retorna ao Brasil em 1919 e passa a expor em Pelotas, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde se radica no ano seguinte. Como participante do SNBA, é premiado em 1916 com medalha de bronze, em 1917 e 1919 com medalhas de prata, e em 1922 com medalha de ouro. Entre 1927 e 1930, viaja novamente à Europa mostrando suas obras em Lisboa, Porto e Paris. Participa de diversas edições do Salão Paulista de Belas Artes, no qual é premiado em 1938 e 1939. Em 1949, Gotuzzo torna-se patrono da Escola de Belas Artes de Pelotas e, em 1955, a instituição cria um salão de arte com seu nome. Após sua morte, em 1983, a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) recebe sua coleção de quadros e desenhos, legados em testamento. Em 1986, é inaugurado o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (Malg) nessa universidade.
Análise
Após uma estada na Europa, estudando na Itália, Espanha e França, entre 1909 e 1918, o pintor Leopoldo Gotuzzo retorna ao Brasil em 1918, e expõe retratos e pinturas de costumes, como Moça Vestida de Preto (s.d.). Os críticos destacam, em suas obras, o desenho apurado e o uso refinado da cor e da luz, como no Retrato de Dora Gotuzzo (s.d.), irmã do artista. Já Repouso (1916) apresenta o nu feminino tratado de forma realista, destacando-se o uso controlado da gama cromática, como também pode ser observado em Almofada Amarela (1923), obra em que a personagem revela grande sensualidade.
Em pinturas como Paisagem do Centro do Rio de Janeiro, Vista de Santa Teresa (1936), o artista explora o contraste entre os grandes edifícios, então em menor número no centro da cidade, e o casario. Revela grande simplificação formal, que pode ser percebida também em Ponte de Marília, Ouro Preto (1942). Já em Entrada do meu Jardim (1954), pode-se observar o desenho cuidadoso que estrutura a composição e o uso de pinceladas largas e empastadas.
A produção de desenhos de Gotuzzo, constituída em sua maioria de retratos, apresenta traços rápidos e precisos, revelando momentos de maior ou menor acabamento das figuras. Ao longo de sua carreira, o artista mantém-se à margem das inovações da arte no país, tanto do modernismo quanto das tendências ligadas à abstração, permanecendo fiel a uma concepção mais tradicional da pintura.
Obras 3
Exposições 64
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 16
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- DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
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- EXPOSIÇÃO INAUGURAL DO MUSEU DE ARTE LEOPOLDO GOTUZZO. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 1986. 1 folder, il. color. Não catalogado
- FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
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- RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
- RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198). 709.81 R895p Ed. ilust.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
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LEOPOLDO Gotuzzo.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa10135/leopoldo-gotuzzo. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7