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Enciclopédia Itaú Cultural
Literatura

Guanabara: Revista Mensal Artistica, Scientifica e Litteraria

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 24.11.2023
12.1849
06.1855
A Guanabara: Revista Mensal Artistica, Scientifica e Litteraria surge em dezembro de 1849 e declara, em seu primeiro editorial, a intenção de contribuir para o progresso da nação com a valorização das ciências e das artes. Aponta-as como instrumentos primordiais para o desenvolvimento moral e intelectual da sociedade brasileira. Sob a direção de...

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A Guanabara: Revista Mensal Artistica, Scientifica e Litteraria surge em dezembro de 1849 e declara, em seu primeiro editorial, a intenção de contribuir para o progresso da nação com a valorização das ciências e das artes. Aponta-as como instrumentos primordiais para o desenvolvimento moral e intelectual da sociedade brasileira. Sob a direção de Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879), Gonçalves Dias (1823-1864) e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), coloca em pauta os anseios nacionalistas que, na segunda metade do século XIX, determinam a atuação de políticos, cientistas e intelectuais vinculados ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).

Como colaboradores, agrega outros membros da instituição e consolida este ideário na atividade jornalística desenvolvida ao longo do Segundo Reinado. A Guanabara é apontada como uma das principais publicações do romantismo e marco na afirmação da imprensa literária no país.

Dirigida entre os anos de 1851 e 1854 pelo editor Francisco de Paula Brito (1809-1861), a revista conta com o subsídio do governo imperial e passa por pequena reestruturação editorial. Sem abandonar o foco literário, amplia o espaço dedicado à divulgação de notícias científicas e publica atas e relatórios da Sociedade Vellosiana de Ciências Naturais. Essa agremiação reúne os principais naturalistas do país que, encorajados pelos mesmos ideais, realizam estudos vinculados às ciências humanas, exatas e biológicas.

Em relação às artes, destacam-se os artigos críticos redigidos por Araújo Porto-Alegre e publicados ao longo desse período. No primeiro deles, intitulado “Academia de Bellas Artes: a Exposição Pública de 1849”, o autor, dá continuidade às críticas publicadas na extinta revista Minerva Brasiliense (1841-1845), analisa os trabalhos apresentados nesta edição do certame e traça um breve histórico do ensino artístico no Brasil. Enfatiza o papel desempenhado pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba).

Nessa reflexão, destacam-se as críticas feitas ao pintor Félix Taunay (1795-1881) que, ocupando o cargo de diretor da Academia entre os anos de 1834 e 1851, promove mudanças significativas nos seus estatutos. Porto-Alegre aponta o caráter paliativo dessa reforma, defende a adoção de medidas que corrijam a desorganização metodológica dos cursos e estabeleçam parâmetros rigorosos de conduta para os professores. Segundo o autor, esses aspectos contribuem para melhorar a formação deficitária dos alunos e atestam a decadência do ensino ministrado na instituição.

Nos artigos  “Algumas Ideias sobre as Bellas Artes” e “A Indústria no Império do Brasil”, Porto-Alegre aborda, inicialmente, as especificidades da arte colonial e da arquitetura religiosa brasileira. Depois, reafirmando as críticas feitas à Academia, sugere a articulação entre esta instituição e a incipiente indústria nacional como forma de assegurar o desenvolvimento artístico e o progresso material da nação.
 
e no artigo, intitulado “O Nosso Teatro Dramático”, que compõe um série com os dois anteriores, cuja autoria é atribuída a Porto-Alegre, a mesma preocupação civilizatória e nacionalista estende-se a esta forma de arte. Ao tratar do espetáculo Antonio José ou o Poeta da Inquisição - escrito por Gonçalves de Magalhães (1811-1882) e interpretado, em 1838, por João Caetano dos Santos (1808-1867) -, reflete sobre a renovação teatral proposta pela encenação do primeiro drama romântico escrito e interpretado por brasileiros. Aproveita a ocasião para criticar o ator que, atuando também como empresário do Teatro São Pedro de Alcântara, privilegia textos traduzidos em lugar de estimular a produção nacional.

Em meados de 1854, diante de crise editorial e financeira, o Cônego Joaquim Fernandes Pinheiro (1826-1876) assume a administração do periódico. Depois de publicar três números compostos de poemas e textos de sua autoria, traduções de artigos estrangeiros e relatórios científicos, não consegue superar os problemas e opta pelo fechamento da revista em junho de 1855.

Nessa última fase, destaca-se como derradeiro esforço editorial a publicação da Biblioteca Guanabarense, coletânea de textos organizada pelos editores da revista que apresenta títulos importantes da produção literária e dramatúrgica contemporânea. Como exemplos, podem ser citados os dramas românticos A Estátua Amazônica, de Manuel Araújo Porto-Alegre; Cobé, de Joaquim Manuel de Macedo; e Amador Bueno ou a Fidelidade Paulistana, escrito por Joaquim Norberto Souza e Silva (1820-1891).

Fontes de pesquisa 3

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  • GUANABARA: revista artística, scientifica e literária. Rio de Janeiro: Typographia Guanabarense de L. A de Menezes, 1841-1854.
  • GUANABARA: revista artística, scientifica e literária. Rio de Janeiro: Typographia Guanabarense de L. A de Menezes, 1849-1850 (1º ao 6º exemplares).
  • SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.

Como citar

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Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: