Inaugurado em 2006, o Museu da Língua Portuguesa (MLP) é uma instituição vinculada ao Governo do Estado de São Paulo dedicada à história, transformações e aspectos socioculturais do idioma, celebrando-o como elemento fundamental da identidade de diversas populações em todo o mundo. O museu está localizado na histórica Estação da Luz, no centro de São Paulo, considerada a cidade com maior número de falantes de português do planeta, e apresenta a língua enquanto patrimônio imaterial de forma multidisciplinar e interativa com recursos tecnológicos, artísticos e imersivos. A instituição também abriga o Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa (CR MLP), setor responsável pela pesquisa, documentação e difusão do seu acervo.

Em sua exposição principal, de caráter permanente, reflete-se criticamente sobre a sociedade a partir da língua portuguesa revelando os seus conflitos, origens e perspectivas de forma educativa e inovadora. Através de instalações imersivas e com materiais audiovisuais apresenta-se a “árvore genealógica” do idioma (Laços de Família), as influências de diversas línguas e o histórico do português brasileiro (Palavras Cruzadas; e O Português do Brasil), trechos de textos literários, canções e poesias (Rua da Língua), a etimologia de diversas palavras (Beco das Palavras), e um panorama das diversas culturas e povos que se relacionam com essa língua (Nós da Língua; e Falares).

O MLP também desenvolve exposições temporárias que homenageiam grandes nomes da cultura lusófona como em: Grande Sertão: Veredas (2006), exposição inaugural; Machado de Assis, mas este capítulo não é sério (2008); Cazuza - Mostra Sua Cara (2013); e Câmara Cascudo - O Tempo e eu (e vc) (2015). Há também exposições que partem de temas mais gerais, como em Poesia Agora (2015) e Sonhei em Português (2021), ou mesmo trazendo questões do próprio idioma, como é o caso em Menas, O Certo do Errado e o Errado do Certo (2010), abordando uma discussão sobre a pluralidade das formas de falar português em concordância ou não com a gramática; e Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação (2022), que traz à luz a multiplicidade linguística e cultural dos povos indígenas no território brasileiro.

Em 2015, o prédio do museu é atingido por um incêndio, passando alguns anos fechado para reformas e restauros. É reaberto para visitação em julho de 2021 com sua exposição principal reformulada e com a temporária Língua Solta, com curadoria dos pesquisadores Moacir dos Anjos (1963) e Fabiana Moraes, que revela os múltiplos usos do português na arte e no cotidiano trazendo à luz seu caráter político, religioso e cultural através da mistura de obras de artistas da cultura popular e da arte contemporânea, assim como cartazes de ruas, rótulos de produtos e outros objetos de uso corriqueiro.

O Museu da Língua Portuguesa destaca-se como um dos únicos do mundo dedicado totalmente a um idioma, tornando-se referência em pesquisa e difusão do português com seu acervo majoritariamente virtual e sua capacidade de inovação na combinação de arte, tecnologia e informação. O prédio da instituição é planejado com amplos espaços expositivos que permitem uma visitação fluida, além de materializar a proposta de um museu vivo que está em constante transformação e atualização.