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Enciclopédia Itaú Cultural
Dança

Colégio de Dança do Ceará

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 01.03.2024
15.12.1998 Brasil / Ceará / Fortaleza
2002 Brasil / Ceará / Fortaleza
Em 1997, por ocasião da 1a Bienal de Dança do Ceará, Fortaleza, uma forte mobilização dos profissionais da área pede a implementação de uma iniciativa pública para a formação e o aperfeiçoamento em dança na capital do estado. Inicia-se o movimento para fundar o Colégio de Dança do Ceará, acolhido pelo Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria ...

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Em 1997, por ocasião da 1a Bienal de Dança do Ceará, Fortaleza, uma forte mobilização dos profissionais da área pede a implementação de uma iniciativa pública para a formação e o aperfeiçoamento em dança na capital do estado. Inicia-se o movimento para fundar o Colégio de Dança do Ceará, acolhido pelo Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual,1 instituição que abriga o Centro de Dramaturgia e o Centro de Design.2 Como fruto desse empenho, após quase um ano de intensas negociações com o poder público, nasce o Colégio em 15 de dezembro de 1998.

Configura-se como uma iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará. Em seu processo de implementação tem o apoio do Ministério da Cultura por meio da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Suas atividades letivas têm início em janeiro de 1999, sob a direção do bailarino Flávio Sampaio (1954), e estendem-se por quatro anos, até dezembro de 2002, ocasião do encerramento de todos os cursos do Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual. Em seu último ano, 2002, o Colégio de Dança do Ceará passa a ser dirigido pelo professor de dança Ernesto Gadelha.

Criado com o intuito de  promover a formação e o aperfeiçoamento de bailarinos, coreógrafos e professores, o Colégio de Dança do Ceará busca atender às várias demandas formativas de um setor em expansão. O projeto pedagógico inicial oferece três cursos distintos, a saber: capacitação de bailarinos, capacitação de professores e criação coreográfica. Nos anos seguintes abrem-se outros, como o de pedagogia da dança e o de capacitação de ensaiadores.

As disciplinas previstas em cada curso englobam conteúdos diversos, sendo organizadas em formato modular. O corpo docente constitui-se por um grupo fixo de professores locais, além de convidados de outras regiões do Brasil e do exterior. Esse tipo de configuração permite aos alunos o contato com uma multiplicidade de visões sobre a dança. O Colégio de Dança do Ceará torna-se assim uma plataforma de acesso a informações, práticas, pesquisas e conhecimentos provenientes de outros contextos. Entre as disciplinas ministradas, pode-se mencionar as de balé clássico, dança contemporânea, composição coreográfica, anatomia, cinesiologia, teoria do balé, prática de ensino, danças tradicionais, história da dança e iniciação musical. Em momentos distintos os alunos contam ainda com aulas de danças regionais, análise do movimento, iluminação cênica, técnica Limón, dramaturgia da dança, contato-improvisação, dança criativa, capoeira, danças afro-brasileiras. O pesquisador cearense Joubert Arrais indica que vários nomes "[...] importantes do cenário nacional ministraram cursos e palestras no 'colégio', dentre eles Luiz Mendonça, Vera Aragão, Eliana Caminada, Paulo Caldas, Maria Alice Poppe, Marina Salomon, Mariana Muniz, Mariana Vidal, LUME, Roberto Pereira, Dudude Herrmann e Leda Muhana".3

No contexto das atividades formativas, obras clássicas e modernas de grandes coreógrafos ocidentais são remontadas e apresentadas a cada ano. Paralelamente, os integrantes do curso de criação coreográfica produzem seus próprios espetáculos, interpretados pelos alunos de capacitação de bailarinos. Entre essas produções, destacam-se Três Ensaios (1999), com coreografias de Andrea Bardawil (1970), Sílvia Moura e Anália Timbó; Coisas que Contam (2000), com trabalhos de Andréa Bardawil (1970), Karin Virgínia e Ricardo Barreto; Exercícios de Coreografia (2000), apresentando obras de Mônica Luíza, Sílvia Moura, Márcio Slam e Marcelo Lemos; Três e ½ (2001), com coreografias de Ângela Sousa, Fauller e Gerson Moreno; Outro Tango (2002), com coreografia de Paulo Caldas especialmente composta para a turma do curso de capacitação de bailarinos.

O Colégio de Dança do Ceará configura, à sua época, uma alternativa às propostas das academias de dança de Fortaleza. Para Joubert Arrais, até a década de 1990, os processos de formação e criação são pautados pelo treinamento disciplinar das academias de balé clássico e jazz.4 Segundo o autor, o Colégio permite que esse vínculo disciplinar seja inserido num programa pedagógico alternativo para bailarinos, coreógrafos e professores. A iniciativa configura-se assim como "[...] um projeto inovador de profissionalização, no sentido de criar perspectivas e reunir pessoas da dança em torno de seu conhecimento profissional e, principalmente, artístico".5

Alunos egressos do Colégio de Dança do Ceará ainda atuam na área, como professores, criadores, intérpretes e pesquisadores.

Notas
1 Criado em 1996 pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará e com sede em Fortaleza, o Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual tem por objetivo principal atuar na formação e capacitação técnica de profissionais para o mercado da indústria cultural cearense, sobretudo na área do audiovisual. Suas atividades estendem-se até 2003, ano do encerramento do Instituto.  
2 GADELHA, Rosa. A Dança Possível: as ligações do corpo numa cena. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora Ltda., 2006.
3 ARRAIS, Joubert. Processos coevolutivos entre dança e crítica: de um contexto cearense a uma crítica contemporânea de dança. Dissertação (Mestrado em Dança). Escola de dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, 2008, p. 52.
4 Idem.
5 Ibidem, p. 49.

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