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Enciclopédia Itaú Cultural
Dança

Balé Teatro Guaíra

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 22.05.2024
12.05.1969 Brasil / Paraná / Curitiba
O Balé Teatro Guaíra (BTG), inicialmente chamado Corpo de Baile, é criado pela Secretaria de Educação e Cultura do Governo do Estado do Paraná em 12 de maio de 1969. Sediado em Curitiba, é o segundo corpo estável que pertence ao Teatro Guaíra e o terceiro grupo de dança oficial brasileiro. Na formação do elenco, dez bailarinos são selecionados p...

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Histórico
O Balé Teatro Guaíra (BTG), inicialmente chamado Corpo de Baile, é criado pela Secretaria de Educação e Cultura do Governo do Estado do Paraná em 12 de maio de 1969. Sediado em Curitiba, é o segundo corpo estável que pertence ao Teatro Guaíra e o terceiro grupo de dança oficial brasileiro. Na formação do elenco, dez bailarinos são selecionados por concurso público por uma banca de profissionais da dança clássica do Rio de Janeiro. O elenco é contratado pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e vinculado à Fundação Teatro Guaíra (FTG), que em 1991 passa a se chamar Centro Cultural Teatro Guaíra. Grande parte do elenco é composta de estudantes da escola do Curso de Danças Clássicas do próprio teatro, criado em 1956, que muda o nome para Escola de Dança Teatro Guaíra (EDTG), em 1990.

A professora e diretora da EDTG Yara de Cunto (1939) é quem lidera os primeiros movimentos do BTG. O bailarino e professor paranaense Ceme Jambay (1934) assume a direção do Corpo de Baile no mesmo ano de sua criação. Cunto e Jambay delineiam o perfil artístico da companhia, que monta balés clássicos e modernos. Impacto (1969), coreografia de Cunto, abre a temporada oficial do BGT. O número de bailarinos aumenta em 1970 e Jambay passa a dirigir a companhia, além de coreografar todas as obras.

Em 1971, polonês Yurek Shabelewski (1910-1993) assume a direção e mantém a linha artística da gestão anterior, priorizando os clássicos e as obras autorais. Luz, coreografia inaugural é de Yurek, tem música de J. S. Bach (1685-1850), além de todas as funções – incluindo criação, figurinos e cenário - exercidas pelo diretor. Shabelewski permanece à frente do grupo até 1975, deixando uma lista de oito obras.

O bailarino e coreógrafo argentino Hugo Delavalle guia os rumos do BTG de 1976 a 1977. Sua diretriz encaminha os 24 bailarinos à releitura dos grandes clássicos. Das dez produções realizadas na sua gestão, nove são assinadas por ele. A remontagem integral do balé Giselle abre as portas para a companhia em novos estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, obtendo apreciação do público e da crítica. O coreógrafo, professor e bailarino Eric Valdo assume o posto em 1978, voltando-se para a música brasileira. Cria Valse, com música de Paulo Jobim (1950), e Choros Chromados, de Barbosa Araújo (1778-1856), entre outras, totalizando seis obras.

Em 1979, a companhia muda o nome para Ballet Guaíra e o coreógrafo português Carlos Trincheiras (1937-1993) se torna diretor artístico por 13 anos. Cria ações como o Atelier Coreográfico, fundado em 1980 para estimular o elenco do BTG à criação; o Curso Acelerado para Rapazes, dando oportunidade de bailarinos ingressarem na profissão; a abertura para outros coreógrafos nacionais e estrangeiros; o início da carreira internacional; e a projeção nacional com O Grande Circo Místico (1983), do diretor. Inspirada no poema de Jorge de Lima (1895-1953), com roteiro de Naum Alves de Souza (1942) e música de Edu Lobo (1943) e Chico Buarque (1944), a coreografia é apresentada no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, Portugal.

A portuguesa Isabel Santa Rosa (1931-2001), esposa de Trincheiras e maîtrise de ballet1 do BGT, dá continuidade ao trabalho, permanecendo na direção por seis meses. Nessa fase, são criados três balés, assinados pelos bailarinos Jair Moraes e Eduardo Laranjeiras e pelo coreógrafo Milko Sparembleck. Jair Moraes, primeiro bailarino da companhia, que, em 1979, torna-se maître de ballet e assistente de coreografia, deixa sua marca na sua direção por dois anos (1994-1996).

Nos próximos dois anos, o cargo de direção é dividido entre a bailarina e a maîtrise de ballet da companhia Marta Nejm e a bailarina e assistente de coreografia Cristina Purri. Nesse período, entram para o conjunto de obras do BTG cinco coreografias: Almas Gêmeas (1997), de Renato Vieira, e quatro criações de Rodrigo Pederneiras (1955), entre elas Prelúdios e Caminhada, ambas de 1998.

Sob a batuta da crítica de dança Suzana Braga desde 1999, a companhia se divide em duas. Uma segue com a linha estética adotada na gestão de Trincheiras e outra agrega um grupo de bailarinos veteranos, o G2 Cia. de Dança. Para dirigi-lo, é convidada a bailarina e professora Carla Reinecke e para direção artística é chamado o bailarino Grazianni Cannalli. A meta dos artistas desse grupo é aliar suas carreiras de intérpretes à pesquisa de linguagem. Até 2012, o G2 possui 21 obras no repertório, quase todas assinadas por artistas brasileiros, como Adriana Grechi (Instável Sonata, 2000), Tuca Pinheiro (Solilóquio, 2004), Júlio Mota (Leggo, 2007) e outros que criam contando com a participação do intérprete como criador.

Nesse ano o nome do BTG é modificado, tornando-se Balé Teatro Guaíra. Nessa gestão são estreadas oito coreografias, mas é a remontagem de O Grande Circo Místico, em 2002, de Luis Arrieta, que promove mais visibilidade nacional. Braga deixa o cargo em 2002 e Carla Reinecke assume a função de 2003 até 2011. Liderando as duas companhias, além de incluir novas peças no repertório do BTG e do G2, retoma clássicos. Para comemorar os 35 anos do BGT, Pastorale, de Milko Sparembleck, e Exultate Jubilate, de Vasco Wellenkamp, são remontados. Em 2007, é recuperado o projeto firmado na direção de Trincheiras, o Atelier Coreográfico, iniciativa promovida pela Associação de Bailarinos e Apoiadores do Balé Teatro Guaíra (ABABTG), criada no mesmo ano.

O BTG completa 40 anos em 2009. É um ano de crise devido a desacordos internos, falta de verba e burocracia. Por isso, a comemoração Dança, Arte e Talento – 40 anos, é discreta. Andréa Bertoldi assume a direção artística da companhia em fevereiro de 2011 e apresenta propostas de formação de novas plateias. Para tanto, é criado o Programa Corpo Público, que engloba diversos projetos. São eles: Perfume, que apresenta obras em locais de grande circulação de público e conta com acompanhamento de um mediador; Perfume Formando Plateias, que leva coreografias a escolas; Perfume Humanizando Ambientes, que veicula trabalhos em hospitais e centros de recuperação; Perfume Onde Você Está, que leva coreografias a lugares públicos, além de disponibilizar oficinas e mostras por todo o estado; e aulas e ensaios abertos para quem quer saber como são os bastidores de um espetáculo. Em 2012, Cíntia Napoli assume a direção artística do BGT dando continuidade ao Programa Corpo Público. Quatorze diretores estiveram à frente da companhia que, em 2012, conta com 43 bailarinos, incluindo estagiários, contratados e comissionados dos elencos BTG e G2.

Nota
1 É responsável pela rotina de ensaios de uma companhia. Às vezes também atua como diretor, coreógrafo e professor.

 

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