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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Companhia Atores de Laura

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Criada inicialmente como encerramento anual da oficina para atores ministrada na Casa de Cultura Laura Alvim, a companhia se torna um núcleo artístico profissional, com direção de Susanna Kruger e Daniel Herz, que assina também a dramaturgia das criações coletivas.

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Histórico

Criada inicialmente como encerramento anual da oficina para atores ministrada na Casa de Cultura Laura Alvim, a companhia se torna um núcleo artístico profissional, com direção de Susanna Kruger e Daniel Herz, que assina também a dramaturgia das criações coletivas.

Os primeiros espetáculos são Entrevista, 1993, e Cartão de Embarque, 1994, ambos de Bruno Levinson e Daniel Herz, publicados pela editora Relume-Dumará. Em seguida, monta Romeu e Isolda, criação coletiva, 1995, que aborda a dificuldade do relacionamento amoroso em cenas em que personagens masculinos, todos Romeu, e femininos, todos Isolda, procuram seu par. O espetáculo recebe o Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem na categoria de direção e o Prêmio Cantão de Teatro Adolescente nas categorias de espetáculo e atriz (Ana Paula Secco). Romeu e Isolda representa o Brasil na Bienal de Teatro de Público Jovem, em Lyon, França, em junho de 1997. Em 1995, a companhia encena também Sonhos Shakespearianos de uma Noite de Inverno, com fragmentos colhidos de William Shakespeare. No ano seguinte, apresenta Decote, criação coletiva, que recebe o Prêmio Coca-Cola nas categorias espetáculo, texto e direção. O espetáculo, criado a partir de improvisações, se constitui de nove esquetes inspirados em tipos e situações de Nelson Rodrigues. A crítica Lúcia Cerrone escreve: "Seguindo a estética desse universo, Daniel Herz e Susanna Kruger dirigem o espetáculo investindo nesse humor cruel sem restrições. Para cada final da ação entram no palco os enfermeiros e a padiola para recolher os mortos. Dividindo a cena em foco principal da história encenada e em grupos de contraponto à ação, Daniel e Susanna criam um espetáculo harmônico de cenas bem interligadas, sem que com isso desprezem a performance isolada do ator. (...) Na Companhia Atores de Laura, ator ainda é o grande motivo de encenação".1

Em 1997, a editora Garamond lança título com os textos de Romeu e Isolda e Decote. Em 1998, a companhia encena dois espetáculos: O Julgamento, adaptação de Daniel Herz para a peça A Visita da Velha Senhora, de Dürrenmatt; A Casa Bem Assombrada, de Susanna Kruger, e a leitura dramatizada de O Mundo Não Me Quis, de A. Peres Filho, no projeto Melodramas de Picadeiro, organizado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1999, o grupo leva à cena A Flauta Mágica, de Celso Lemos e Antônio Monteiro Guimarães, que recebe o Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem nas categorias de produção, espetáculo, iluminação e revelação para Helena Stewart e Paulo Hamilton. Em 2000, a companhia assume a direção artística e administrativa do Teatro Miguel Falabella, na zona norte do Rio de Janeiro. Lá, encena, no mesmo ano, Auto da Índia ou Arabutã, criação coletiva, e As Artimanhas de Scapino, de Molière, em 2002, que se apresenta no Festival Internacional de Teatro Mercosul, em Córdoba, Argentina. O espetáculo se inspira na commedia dell'arte para criar uma linguagem que valoriza a brasilidade. O crítico Macksen Luiz escreve:

"Daniel Herz estabeleceu sutil unidade entre esses dois pólos narrativos, retirando da commedia dell'arte o desenho da cena e a convenção do humor; e da linguagem nacional, a seqüência mais livre de gags verbais e visuais, no mesmo ritmo delirante que Molière propõe na sua peça. O diretor investe nestes aspectos mais espontâneos de Scapino, ao contrário de um Scapino exaltado por desejos, ambições e um certo fastio, que assiste à passagem e ao ridículo da vida de um lugar periférico e com algum ceticismo. (...) Daniel Herz faz um mergulho na peça para deixar surgir a própria mecânica das cenas, com um cenário que revela os bastidores e com a presença permanente do elenco no palco à espera da sua entrada na área de representação. Ao utilizar esses recursos, o diretor expõe o jogo através de suas próprias regras. A palavra, que em Molière é tão contundente quanto as suas habilidosas tramas, está revigorada por atores que incorporam seu significado. E essa fluência verbal, tão bem conduzida pelo elenco, pode ainda ser atribuída à tradução de Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987)". 2

Notas

1. CERRONE, Lúcia. Uma ousada aventura teatral. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 07 fev. 1998.

2. LUIZ, Macksen. Deliciosa montagem de Molière. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 10 maio 2002.

Espetáculos 27

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Fontes de pesquisa 3

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  • CERRONE, Lúcia. Verdades bem-humoradas. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 27 maio 1995.
  • COMPANHIA Atores de Laura. Disponível em: http://www.atoresdelaura.com.br/.
  • ______. A marca de qualidade de um grupo. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 01 fev. 1998.

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