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Enciclopédia Itaú Cultural
Dança

Intrépida Trupe

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 01.10.2023
Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
O grupo, quase em sua totalidade da Escola Nacional de Circo, mistura teatro e dança, com o humor de palhaços em números acrobáticos, realizando sempre criações coletivas para as quais convidam profissionais da dança ou do teatro para a função de coreógrafo ou diretor. Dos fundadores, permanecem Beth Martins e Vanda Jacques.

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O grupo, quase em sua totalidade da Escola Nacional de Circo, mistura teatro e dança, com o humor de palhaços em números acrobáticos, realizando sempre criações coletivas para as quais convidam profissionais da dança ou do teatro para a função de coreógrafo ou diretor. Dos fundadores, permanecem Beth Martins e Vanda Jacques.

Criado após uma participação na Copa do Mundo do México, o grupo estréia em 1988 com Intrépida Trupe, criação coletiva em que os atores-acrobatas dão os primeiros passos na investigação de uma linguagem de múltiplas técnicas e referências. Em 1990, realiza ARN e, três anos depois, ARN2, em que explora a participação do público: a platéia é atacada por macacos brincalhões, que pulam sobre as cadeiras, seqüestram objetos dos espectadores e lhes atiram com pistolas d'água.

Em Kab-ooo-M!!, de 1995, não há intenção de construir um fio narrativo, mas interligar os 14 quadros por meio da plasticidade. Sem texto, o grupo vai das acrobacias aéreas à dança performática, coreografada por Débora Colker. Entre os números de humor, caveiras perseguem pela platéia um leitão e realizam no palco um jantar pirotécnico, em que os anfitriões são incendiados; num balé, marinheiros másculos de bigode se beijam, ao som de Ninguém Poderá Julgar-me, de Jerry Adriany.

No espetáculo de comemoração de dez anos de grupo, IntrepiDez, direção de Lala de Heinzelin, em 1996, os oito integrantes elaboram um roteiro sobre a intrepidez, retomando a estrutura narrativa, ausente desde o espetáculo de estréia. A menina Dez, que vive dormindo porque não tem motivos para acordar, conhece o pássaro Intrepi, que não dorme por não ter razões para sonhar.

Kronos, que estréia em 1999, conta a história do deus grego que comia os filhos e acaba sendo aprisionado por Zeus. A história, escrita em colaboração com Chacal, é narrada por um bufão que, no decorrer do espetáculo, pega fogo, canta coco e maracatu, cria encrencas e apazigua brigas entre divindades. O espetáculo, dirigido pelos integrantes mais antigos, tem 18 atores-acrobatas convidados. A idéia, originalmente concebida para apresentações na rua e em espaços públicos, foi adaptada para o espaço da Fundição Progresso por falta de recursos. A criação cenográfica desenha aparelhos que ganham formas de astros e planetas, enquanto longos panos são figuras aladas que servem de apoio aos malabarismos da trupe. O recurso do microfone para a amplificação da voz colabora para a dissociação entre texto e visualidade, e, ao lado da grandiloqüência da música, dos objetos cenográficos, da luz e das grandes dimensões do espaço, aproximam Kronos de um show de caráter espetacular.

Em Flap!, de 2001, construído a partir de um roteiro de cenas por Marcos Losnak e Paulo Morais, a Intrépida Trupe aborda Ícaro, a metáfora do anseio humano de ganhar os céus. Acompanhado de um gargalhante escudeiro, percorre as dificuldades de vencer o mundo aéreo, se deparando com o encontro amoroso, o fracasso e as invenções do homem. O crítico Macksen Luiz comenta: "Os melhores quadros de Flap! são aqueles em que o grupo se solta na investigação das suas possibilidades corporais, florescendo na cena da cama elástica em que os saltos de alcance improvável permitem que os atores-acrobatas não só pulem, desenhando uma coreografia de movimentos aéreos, como ousem 'aderir' à cama elástica que, suavemente, se transforma em uma tela. O número do encontro de Ícaro com a jovem, em que os atores evoluem presos a panos atinge, literalmente, um sensível vôo poético".1

Pioneira na atualização das técnicas circenses em uma linguagem contemporânea - o chamado Novo Circo - a Intrépida Trupe prima pelo apuro técnico e pela inventividade de suas encenações. Desde os primeiros trabalhos, funciona como uma escola, capacitando continuamente novos integrantes. Esses prosseguem carreira como coreógrafos ou como profissionais contratados por grupos do exterior.

Notas

1. LUIZ, Macksen. "A trupe quer voar mais alto". Jornal do Brasil, Caderno B, Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 2001.

Espetáculos 43

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Fontes de pesquisa 3

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  • CERRONE, Lúcia. "Turma de circo arma sua lona até no teatro". Jornal do Brasil, Caderno B, Rio de Janeiro, 22 de julho de 1995.
  • LUIZ, Macksen. "Novos vôos no balé aéreo da Intrépida". Jornal do Brasil, Caderno B, Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1999.
  • OLIVEIRA, Roberta. "Malabarismos pioneiros: Intrépida Trupe festeja dez anos com espetáculo". Jornal do Brasil, Caderno B, Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1996.

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