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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Pia Fraus Teatro

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 01.10.2023
1992 Brasil / São Paulo / São Paulo
Grupo paulistano que trabalha com o conceito de teatro sem fronteiras, pesquisando a integração cênica do teatro de animação com outras linguagens, tais como o teatro, a dança, o teatro de máscaras, o teatro de bonecos, o circo e as artes plásticas.

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Grupo paulistano que trabalha com o conceito de teatro sem fronteiras, pesquisando a integração cênica do teatro de animação com outras linguagens, tais como o teatro, a dança, o teatro de máscaras, o teatro de bonecos, o circo e as artes plásticas.

Em 1984 juntam-se Beto Andretta e Beto Lima, cada um deles acumulando formações diferenciadas, mas exibindo em comum a linguagem do teatro de bonecos. Tomam parte no espetáculo Babel Bum, criado pelo XPTO e dirigido por Oswaldo Gabrielli. Nos anos subseqüentes, dedicam-se a experiências de linguagem, articulando diversas apresentações experimentais.

Em 1992, surgem como Pia Fraus Teatro em Olho da Rua, criação e direção do grupo. Em 1994 participam do evento Ópera Mundi, no Rio de Janeiro, produzido pelo Circo Voador, onde incorporam técnicas advindas do grupo francês Plastician Volant.

A primeira criação de destaque se dá em 1996 com a encenação de Flor de Obsessão, espetáculo dirigido por Francisco Medeiros, inspirado em temas, personagens e situações presentes na obra de Nelson Rodrigues. Empregando basicamente bonecos, a realização alcança grandes resultados e diversas premiações, inclusive no exterior, projetando o grupo.

Sinfonia Circense, espetáculo basicamente estruturado em torno das técnicas de circo, surge em 1996. Em 1997, apresentam o adulto Éonoé, Uma Cosmogonia, concebido por José Rubens Siqueira, abordando o tema da criação do mundo. O infantil O Vaqueiro e o Bicho Froxo, de Beto Andretta e Beto Lima, ganha uma caprichada direção de Naum Alves de Souza e longa permanência em cartaz, também em 1997. Um espetáculo de rua, apresentando grandes bonecos inflados de ar abordando a relação entre domadores e animais de circo, é criado em 1998: Gigantes de Ar. Para uma grande comemoração em torno do centenário de Federico García Lorca idealizam Os Malefícios da Mariposa, associando bonecos à narrativa, num palco montado sobre um caminhão, em 1999. Nesse mesmo ano, apresentam no Sesc São Paulo, Navegadores, baseado nos grandes descobrimentos, e tendo como palco uma piscina. Em 2000 surge Frankenstein, inspirado no romance de Mary Shelley, onde o tema da manipulação genética é abordado. Logo a seguir criam Farsa Quixotesca, a partir de Cervantes e suas imortais personagens, numa direção de Hugo Possolo.

Em 2001, apresentam o bem-sucedido espetáculo Bichos do Brasil, que busca mostrar a riqueza da fauna brasileira, alertando para a extinção de certas espécies do imaginário popular. Em 2002, no Sesc São Paulo, apresenta A Lenda do Guaraná, baseada na versão da lenda contada pelos índios Maués. Ainda em 2002, mais um espetáculo apresentado em piscina, Histórias do Mar do Mundo, inspirado nas aventuras de figuras clownescas e míticas da cultura popular. Em 2003, voltam-se para uma versão trágica muito própria com Olhos Vermelhos, um Tributo à Antigona, com direção da mineira Ione de Medeiros. O espetáculo é encenado num palco-passarela, cercado por 50 pufes vermelhos para os espectadores, em que fortes imagens recriam, de forma abstrata, a Antígone, de Sófocles.

O Pia Fraus sofre dissidência no corpo de integrantes, gerando a fundação de um novo grupo, o La Mínima, em 2001.

Na crítica ao espetáculo Bichos do Brasil, o crítico Dib Carneiro alerta para o talento e seriedade do grupo: "Impressionante é o trabalho de pesquisa que serviu de base para o espetáculo Bichos do Brasil. (...) Ainda mais impressionante é constatar como esse rigor e essa seriedade da pesquisa saltam aos olhos no palco, sem que o espetáculo seja chato, acadêmico ou difícil. Ao contrário, é diversão garantida. Com a colaboração de Hugo Possolo, do grupo Parlapatões, os premiados integrantes da Cia. Pia Fraus conseguem essa proeza. Promovem uma verdadeira festa de sons e cores, uma celebração à natureza e à brasilidade. Sem texto, a linguagem gestual e a expressão corporal são fundamentais, mas nunca usadas de forma pretensiosa. A peça tem o vigor necessário para estabelecer comunicação rápida e direta com a platéia e tem graça suficiente para prender a atenção de todos. Bonecos, adereços, figurinos e até alegorias típicas de um desfile carnavalesco (como o criativo realejo com vários pássaros soltos em torno da gaiola) concentram em si uma infinidade de informações, tudo apoiado por uma trilha sonora igualmente pesquisada com rigor e números contagiantes de dança. O enredo Bichos do Brasil merece nota dez em todos os quesitos".1

Notas

1. CARNEIRO, Dib. Unidos da Floresta. O espetáculo Bichos do Brasil, que tem lotado o Teatro Cultura Inglesa, é um desfile de sons e cores tropicais. São Paulo, O Estado de S. Paulo. Caderno 2. 14 de março de 2002.

Espetáculos 45

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Espetáculos de dança 1

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Fontes de pesquisa 3

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  • NÉSPOLI. Beth. Pia Fraus revisita o Mito e Antígona. São Paulo, O Estado de S. Paulo, Caderno 2, 08 de agosto de 2003.
  • PIA FRAUS. Disponível em: www.piafraus.com.br.
  • SOUZA, Ruy Ferreira e. O pesadelo de Mary Shelley. Público, Lisboa, p. 30, 29 set. 2000.

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