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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Dois Perdidos Numa Noite Suja

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 23.02.2024
26.12.1966 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico Derly Marques

Dois Perdidos Numa Noite Suja, 1966
Derly Marques
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Estréia profissional de Plínio Marcos (1933-1999), autor de textos marcadamente ligados ao universo da marginalidade, que enfrenta longa luta contra a censura ao longo dos anos 1960 e 1970, tornando-se um símbolo de resistência.

Texto

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Histórico

Estréia profissional de Plínio Marcos (1933-1999), autor de textos marcadamente ligados ao universo da marginalidade, que enfrenta longa luta contra a censura ao longo dos anos 1960 e 1970, tornando-se um símbolo de resistência.

A primeira montagem de Dois Perdidos Numa Noite Suja, ocorre no Bar Ponto de Encontro, da Galeria Metrópole, em São Paulo. O impacto vem, inicialmente, de sua forma extremamente despojada: apenas dois homens conversam, Paco (Plínio Marcos) e Tonho (Ademir Rocha), num paupérrimo quarto de pensão, sobre a dura sobrevivência. A aspereza do diálogo vai atingindo contornos grotescos e absurdos, perceptíveis na briga desencadeada em torno de um par de sapatos; o clima de desamparo e desespero crescentes levará à agressão física e ao assassinato de Tonho. O ponto de partida para a construção do texto veio de um conto de Alberto Moravia, O Terror de Roma.

Defendendo sua própria criação, Plínio atinge como ator todas as nuanças exigidas pela personagem Paco. A direção de Benjamin Cattan é discreta, apenas um amparo para o texto evidenciar toda a sua potência. A boa acolhida junto aos críticos leva a montagem a ser transferida para o Teatro de Arena, logo ganhando a adesão do público.

"Há no conflito de Dois Perdidos uma evolução crítica sobre a dissolução das classes (...) uma linguagem emocionante, despojada, termostática nas graduações da temperatura social e dramática, em que a palavra sobe e desce para determinar as situações humanas, levadas de limite em limite até o extremo fatal e inexorável de uma realidade que condena. (...) O final da peça é a hemorragia do câncer. Impiedoso. Cruel. Anti-romântico.", salienta o crítico Alberto D'Aversa num de seus comentários sobre a realização paulista".1

Em 1967, um ano após a montagem original, uma outra encenação, agora dirigida no Rio de Janeiro por Fauzi Arap (1938-2013) e protagonizada por ele e Nelson Xavier (1941), é aclamada por público e crítica. O texto é transportado para as telas, em filme realizado por Braz Chediak em 1970, ganhando várias remontagens no decorrer das décadas seguintes. Em 2003, José Joffily filma um adaptação de Paulo Halm para o texto, na qual Paco (Débora Falabella) e Tonho (Roberto Bontempo) são dois imigrantes ilegais em Nova York.

Nota

1 D'AVERSA, Alberto. Dois Perdidos Numa Noite Suja. Diário de São Paulo, São Paulo, 27 dez. 1966.

 

Ficha Técnica

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Autoria
Plínio Marcos

Direção
Benjamin Cattan
Plínio Marcos

Cenografia
Paulo José

Iluminação
Orion de Carvalho

Elenco
Ademir Rocha / Tonho
Berilo Faccio / Tonho - substituição 1967
Plínio Marcos / Paco

Camareira
Maria Borges

Montagem
Antonio Ronco

Obras 1

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Espetáculos 5

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Fontes de pesquisa 6

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  • D'AVERSA, Alberto. Dois Perdidos Numa Noite Suja. Diário de São Paulo, São Paulo, 27 dez. 1966.
  • DOIS PERDIDOS NUMA NOITE SUJA. Direção Benjamin Cattan. São Paulo, 1966. 1 folder. Programa do espetáculo, apresentado no Bar Ponto de Encontro em dezembro de 1966.
  • MAGALDI, Sábato. Moderna dramaturgia brasileira. São Paulo: Perspectiva, 1998.
  • MAGALDI, Sábato; VARGAS, Maria Thereza. Cem anos de teatro em São Paulo (1875-1974). São Paulo: Senac, 2000.
  • PRADO, Décio de Almeida. Dois Perdidos Numa Noite Suja. In: In: ______. Exercício findo: crítica teatral (1964-1968). São Paulo: Perspectiva, 1987. (Coleção debates; 199). p.152-154.
  • VIEIRA, Paulo. Plínio Marcos: a flor e o mal. Petrópolis: Firmo, 1994.

Como citar

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