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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

A Vida Como Ela É

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 13.11.2015
1991 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Baseado nas crônicas folhetinescas que Nelson Rodrigues (1912-1980) escrevia para jornal nos anos 1950, o Núcleo Carioca de Teatro, com direção de Luiz Arthur Nunes (1946), faz um espetáculo cômico e teatral.

Texto

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Histórico

Baseado nas crônicas folhetinescas que Nelson Rodrigues (1912-1980) escrevia para jornal nos anos 1950, o Núcleo Carioca de Teatro, com direção de Luiz Arthur Nunes (1946), faz um espetáculo cômico e teatral.

O diretor toma a subliteratura rodriguiana para investigar as possibilidades teatrais entre a ação e a narração. O ator que mostra e não vive a cena que cria uma linguagem e não uma realidade são os objetivos principais da linha de investigação do núcleo. O cenário - um palco cinzento e vazio, cadeiras e paredes translúcidas - ambienta a neutralidade, assim como o figurino e a maquiagem - ternos de vivo colorido e rostos brancos - não caracteriza personagens, mas atores.

Em cada uma das dez cenas, os intérpretes criam um diferente jogo cênico que valoriza o elemento épico da linguagem: cena dublada por atores aparentes, a manipulação de um ator por outro, o ventriloquismo, a gestualidade em substituição a elementos reais (o ator cujo braço é a própria corda onde ele se enforca), a valorização da ação corporal, a máscara. Nesta linguagem anti-realista, as personagens são sempre tipos ou títeres. O distanciamento favorece o humor e a crítica que constituem a essência da encenação. Na temporada paulista, o crítico Jefferson Del Rios (1943) escreve: "... A Vida Como Ela É está lá cintilando entre as obsessões, catástrofes conjugais, paixões e taras operísticas. Um apocalipse suburbano ao som de músicas que, sozinhas, já valem por uma viagem no tempo (quem se lembra do grande Roberto Silva?). O melhor de um certo espírito carioca resiste nesse grupo jovem e criativo no despudor de encarar de frente a exasperação caricatural do autor e tirar dela a poesia e o humor que constituem a pedra de toque de Nelson Rodrigues (...)".1

Na reestréia, dez anos depois da primeira montagem, a crítica Barbara Heliodora (1923-2015) observa que o espetáculo é responsável pelo lançamento da moda de se levar à cena as crônicas de Nelson Rodrigues e faz uma avaliação de sua importância no panorama teatral:

"Várias montagens de textos não dramáticos de Nelson Rodrigues vieram depois desse A Vida Como Ela É, mas certamente nenhum deles revelou sequer parte do preparo e da justificativa desse primeiro exemplo, o único a encontrar uma linguagem específica para uma idéia cuidadosamente elaborada".2

Notas

1. RIOS, Jefferson del. Contos de Nelson rendem espetáculo cintilante. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 26 set. 1992. Caderno 2, p. 3.

2.  HELIODORA, Barbara. Uma remontagem interessante e agradável de Nelson Rodrigues. O Globo, Rio de Janeiro, ago. 2002.

 

Ficha Técnica

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Fontes de pesquisa 4

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  • A VIDA Como Ela É. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Espetáculos Teatro Adulto.
  • HELIODORA, Bárbara. Uma remontagem interessante e agradável de Nelson Rodrigues. O Globo, Rio de Janeiro, ago. 2002.
  • LUIZ, Macksen. Do uso ao abuso de Nelson. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 9 jun. 2002.
  • RIOS, Jefferson del. Contos de Nelson rendem espetáculo cintilante. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 26 set. 1992. Caderno 2, p. 3.

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