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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Artaud!

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 18.03.2024
08.12.1986 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Registro fotográfico Gal Oppido

Artaud, 1991
Gal Oppido
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Com fragmentos de escritos, Rubens Corrêa (1931-1996) e Ivan de Albuquerque (1932-2001) compõem um espetáculo formado pelos delírios de Antonin Artaud, última realização da dupla de sócios do Teatro Ipanema.

Texto

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Com fragmentos de escritos, Rubens Corrêa (1931-1996) e Ivan de Albuquerque (1932-2001) compõem um espetáculo formado pelos delírios de Antonin Artaud, última realização da dupla de sócios do Teatro Ipanema.

O projeto surge inicialmente ligado ao Museu do Inconsciente, onde Rubens Corrêa toma contato com a Dra. Nilse da Silveira e seu trabalho de discussão da loucura. Em uma prática comum ao núcleo do Teatro Ipanema, não se delimita tempo para sua elaboração. Muitos meses são empregados na seleção dos textos e no amadurecimento da idéia. Cinco meses são dedicados ao ensaio, embora em cena haja um único ator.

O espetáculo se realiza no porão do Teatro Ipanema, onde três arquibancadas fecham um pequeno retângulo determinando o espaço cênico. O espectador mantém com o ator uma relação de estreita proximidade. Ao mesmo tempo, a verticalidade cria o ambiente de uma aula, de um julgamento ou, como querem os criadores, de uma dissecação. O texto estabelece quatro blocos temáticos, por meio dos quais revela a personagem e faz o público cúmplice de sua loucura.

A encenação de Ivan de Albuquerque abole qualquer artifício ou elaboração plástica e combina economia de meios com teatralidade. Aproveitando a verticalidade, o chão é utilizado como tela em que o corpo do ator desenha. A simplicidade colabora para a atmosfera comovida do espetáculo. Com cajado e manto roxo, o ator une despojamento e majestade. Rubens Corrêa não procura nenhuma caracterização física de Artaud; em vez disso encarna seu mundo interior. Mostrando e obtendo do público completa concentração no ato teatral, coloca todos os seus recursos técnicos em benefício da paixão da personagem com a qual estabelece uma profunda identificação desde a primeira frase. "O verdadeiro teatro sempre me pareceu o exercício de um ato terrível e perigoso". Rubens e Ivan, parceiros de 30 anos, parecem conduzir o espectador também a um mergulho no coração do seu teatro, das suas motivações, e o porão do Teatro Ipanema se mostra o lugar ideal para essa visita. Ainda nos primeiros minutos do espetáculo, a platéia ouve: "O espectador que vem ao nosso teatro sabe que vai se submeter a uma cirurgia de verdade, onde não somente o seu espírito mas os seus sentidos e a sua carne estão em jogo. O espectador deve estar convencido de que nós somos capazes de fazê-lo gritar".1

O espetáculo, que permanece em cartaz por três anos, sendo representado apenas às segundas no porão do teatro, é a última encenação da dupla que estreara em 1959.

 

Ficha Técnica

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Autoria
Antonin Artaud

Tradução
Leyla Ribeiro

Adaptação
Ivan de Albuquerque
Rubens Corrêa

Direção
Ivan de Albuquerque

Cenografia
Anísio Medeiros

Figurino
Anísio Medeiros

Iluminação
Eldo Lucio

Trilha sonora
Rubens Corrêa

Coreografia
Lourdes Bastos

Elenco
Rubens Corrêa

Obras 1

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Registro fotográfico Gal Oppido

Fontes de pesquisa 3

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  • ARTAUD. Direção Ivan de Albuquerque. Rio de Janeiro, 1986. 1 folder. Programa do espetáculo, apresentado no Porão do Teatro Ipanema em dezembro de 1986. Rio de Janeiro, 1981.
  • ARTAUD. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Espetáculos Teatro Adulto.
  • MAGALDI, Sábato. Artaud: sem artifícios, comovente. Jornal da Tarde, São Paulo, 14 ago. 1987.

Como citar

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