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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Na Solidão dos Campos de Algodão

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 14.03.2019
11.1997 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Estréia, no Brasil, da peça de Bernard-Marie Koltès, encenada por Gilberto Gawronski, que encontra na economia de meios e na secura expressiva uma via de valorização do texto e da tensão dramática.

Texto

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Histórico

Estréia, no Brasil, da peça de Bernard-Marie Koltès, encenada por Gilberto Gawronski, que encontra na economia de meios e na secura expressiva uma via de valorização do texto e da tensão dramática.
Em Na Solidão dos Campos de Algodão, o autor francês, como em outras obras, tematiza a solidão. Não há uma ação evidenciada - o texto é construído a partir de extensos monólogos e o conflito se estabelece até o final pela contraposição desses discursos que subentendem dois lados complementares de uma situação. São dois homens sem nome e sem referências passadas explícitas, que expõem, por meio da palavra, um jogo feito apenas de sugestões ao longo de cada monólogo. Tráfico de droga ou de sexo, o texto não explicita as motivações nem o local onde se dá o encontro.
As qualidades poéticas do texto são ressaltadas pela tradução de Jacqueline Laurence. Na montagem de Gilberto Gawronski, o cenário trata apenas de circunscrever o espaço e neutralizá-lo, enquanto que a iluminação cria áreas de sombra e favorece o clima ermo. Não há divisão entre palco e platéia. O espetáculo é encenado para poucos espectadores que se sentam sobre caixas espalhadas pela pequena sala, onde os dois personagens se encontram. O diretor consegue imprimir ação ao texto por meio da sugestão, estabelecendo este jogo de gato e rato, de compra e venda, trabalhado apenas na voz e na atitude, com quase nenhum deslocamento e economia de gestos. Segundo o crítico Macksen Luiz, a montagem "pulsa com a virulência de um enfrentamento, ao mesmo tempo que leva o espectador a um universo provocantemente poético" e "procura ser aliciante, quando a força dramática da peça não está naquilo que sugere ação, mas naquilo que encobre a falta de ação".1
Os dois atores trabalham em vias quase opostas. Ricardo Blat busca a interiorização e um tempo dramático emocional enquanto Gilberto Gawronski compõe uma figura socialmente nítida, com um humor ácido e uma tonicidade que sustentam o clima de tensão do espetáculo.

Notas

1. LUIZ, Macksen. A solidão pulsante. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 30  nov. 1996.

Ficha Técnica

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Autoria
Bernard-Marie Koltès

Tradução
Jacqueline Laurence

Direção
Gilberto Gawronski

Direção (assistente)
Déa Dornelles Martins

Cenografia
Cláudia Moraes

Iluminação
Paulo César Medeiros

Visagismo
Hélio Dias

Elenco
Gilberto Gawronski
Ricardo Blat (Prêmio Mambembe)

Direção de produção
Bruno Pereira

Fotografia
Murillo Meirelles

Espetáculos 1

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Fontes de pesquisa 1

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  • LUIZ, Macksen. A solidão pulsante, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 30 nov. 1996.

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